Os sistemas de infusão contínua de insulina (conhecidos como bombas de insulina) são dispositivos capazes de infundir insulina continuamente no paciente por meio de uma cânula plástica cujo comprimento varia de 6 a 9 mm e fica abaixo da pele. Essas cânulas ficam ligadas à bomba por um cateter, que enviará a insulina liberada da bomba ao paciente. As insulina utilizada nas bombas são apenas a de ação rápida e ultrarrápida, sendo que as pessoas que antes utilizavam insulina com canetas e seringas e que precisavam aplicar insulinas lentas e rápidas, não precisam mais usar a lenta.
A bomba pode ser programada para liberar diferentes doses ao longo do dia, tornando o controle mais preciso, principalmente reduzindo o risco de hipoglicemia em situações como madrugada, após exercício ou um período de jejum maior que o habitual. Todas as vezes que a pessoa se alimentar, a bomba precisa ser informada da quantidade de carboidratos ingerida e da glicemia naquele momento. A partir de programações previamente realizadas pelo endocrinologista, automaticamente é calculada a dose de insulina para aquela refeição, bem como eventuais doses extra para correção de glicemias elevadas.
Ao longo dos anos os sistemas têm evoluído consideravelmente. A primeira bomba desenvolvida era carregada nas costas, como uma mochila. Hoje temos sistemas que possuem o tamanho de um antigo “pager”, que era utilizado para enviar mensagens. Temos opções até livre de cateteres, presas à pele do paciente com um adesivo. Algumas inclusive se comunicam com sensores de glicose e fornecem medidas de glicemia a cada 5 minutos, em tempo real, com recursos como suspender automaticamente a liberação de insulina em casos onde ela detecta que a taxa de glicose está começando a cair, muitas vezes evitando o episódio de queda da glicose e protegendo o paciente de consequências mais sérias. Quando a glicose volta a se elevar, ela automaticamente volta a funcionar.
De acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, as principais indicações ao uso dos sistemas de infusão contínua são:
1. controle insatisfatório, apesar dos esquemas de insulinização intensiva e contagem de carboidratos;
2. Pacientes com hiperglicemia de jejum por fenômeno do alvorecer (tendência à elevação da glicose por volta de 5 a 8 h da manhã;
3. Hipoglicemias assintomáticas;
4. Hipoglicemias noturnas frequentes e graves;
5. Gravidez ou pacientes que já tem diabetes e planejam engravidar;
6. Pacientes com transtornos alimentares não controlados;
7. Atletas amadores ou profissionais que necessitam flexibilizar sua dose de insulina ao longo dia, durante ou após a prática de exercícios intensos;
8. Pacientes com complicações crônicas e que necessitam de melhor controle.