A obesidade é uma doença crônica, que se caracteriza principalmente pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. O número de pessoas obesas tem crescido rapidamente, tornando a doença um problema de saúde pública. Por definição, o índice de massa corporal (calculado pela divisão entre peso e altura ao quadrado) que caracteriza obesidade é de pelo menos 30 kg/m2 , tratando-se da população adulta.

Uma pesquisa do ministério da saúde constatou que o número de pessoas com obesidade no Brasil aumentou cerca de 67,8% entre 2006 e 2018, saltando de 11.8% para 19.8%, sendo que mais de 80% dessa população é adulta (25 a 44 anos). Quando incluímos a esses números pessoas com sobrepeso (índice de massa corporal entre 25 e 30), mais da metade da população brasileira se enquadra nesses critérios.

 

Os fatores genéticos sempre são considerados como importante fator para o desenvolvimento da doença, mas a população está cada vez mais sedentária, consumindo cada vez mais alimentos ultra processados, ricos em gordura e açúcar, ingerindo mais bebidas contendo grande quantidade de açúcar, sem qualquer valor nutricional agregado. Além disso, muitos casos de transtornos alimentares (como o transtorno alimentar compulsivo periódico ) acabam deixando de serem diagnosticados e cuja consequência é o excesso de peso.

O diagnóstico é feito em uma simples avaliação, considerando o peso corporal para altura, e em indivíduos adultos, é utilizada a classificação :

• Abaixo do peso: IMC abaixo de 18,5
• Peso normal: IMC entre 18,5 e 24,9
• Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9
• Obesidade Grau I: IMC entre 30 e 34,9
• Obesidade Grau II: IMC entre 35 e 39,9
• Obesidade Grau III: IMC acima de 40.

A obesidade é fator de risco independente para várias doenças, como hipertensão arterial, aumento nos níveis de triglicérides e colesterol , aumento dos níveis de ácido úrico, diabetes tipo 2, infarto, acidentes vasculares cerebrais, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, cirrose hepática relacionada ao acúmulo de gordura no fígado, apneia do sono , redução dos níveis de testosterona no homem, infertilidade na mulher, desgaste das articulações ( osteoartrose) além de ser fator para vários tipos de câncer, como tireóide, mama, intestino )

O Tratamento da obesidade deve ser encarado como o de uma doença crônica , ou seja, deve ser contínuo. A mudança de hábitos deve ser permanente, desde alimentares quanto de aumento do período de atividade. Por ser uma doença de alta complexidade ( já que a maioria dos pacientes que perde peso tem muita dificuldade em mantê-lo e acabam recuperando e voltando ao peso anterior), a obesidade deve ter abordagem multiprofissional. Alguns casos requerem terapia medicamentosa, e mesmo sabendo que ainda não temos medicações boas a ponto de manter um paciente em peso ideal, nos últimos anos o tratamento farmacológico avançou muito, com opções eficazes e principalmente seguras para uso prolongado. Além da abordagem do endocrinologista, a terapia nutricional, e a orientação à atividade física acabam sendo de extrema importância para o manejo da doença. Endocrinologista, nutricionista, psicólogo e educador físico trabalhando em conjunto aumentam as chances de sucesso terapêutico.

Além da terapia medicamentosa, outras opções podem ser consideradas para pacientes que não tiveram boa resposta ao tratamento convencional com dieta, exercício e medicação, ou mesmo pacientes com obesidade moderada a grave e doenças a associadas. A cirurgia metabólica pode ser considerada uma opção